CASA LORDELO - PAREDES - PORTUGAL

O terreno em causa de configuração rectangular, apresenta uma pequena elevação da rua para o interior da parcela, situação a que a proposta agora apresentada não é alheia, e que é explorada com a implantação da construção.

O edifício pode traduzir-se por três corpos distintos na sua forma, atitude, cor e materiais, organizando deste modo o espaço habitação face ás características morfológicas do terreno, da sua exposição solar e perspectivas que oferece ao observador.

- um primeiro corpo horizontal e térreo o mais possível, define a frente de intervenção e recebe os espaços de entrada, distribuição, áreas de serviço, um quarto de hóspedes, sala de jogos e garagem, estendendo-se para o interior onde se desenvolve o espaço cozinha, sala de jantar e estar;

- perpendicularmente e sob o corpo anterior, projecta-se uma caixa de dimensões “fortes”, distinta no seu acabamento e cor, fechada e íntima recebe os quartos de dormir, num total de quatro unidades tendo sido acrescentados quatro quartos de banho, que ora interiores ora exteriores aos quartos apresentam áreas e configurações distintas, sendo no entanto sempre constituídas por lavatório, bidé, bacia sifónica e banheira.

- no topo sul e ainda sob o primeiro corpo surge um pequeno volume propositadamente isolado e distinto, tal qual a imagem de um compartimento agrícola com linguagem contemporânea, que se pretende ocupar com o escritório e a biblioteca…

O primeiro volume todo térreo “trabalha-se” em betão branco aparente, o segundo todo revestido a chapa de alumínio e o terceiro volume capeado a contraplacado marítimo de madeira, todos de desenhos distintos, atitudes diferentes face ao terreno, este conjunto nasce também do programa habitação, pelo que o volume térreo e horizontal que recebe as áreas de maior exposição com desenvolvimento das áreas sociais, procura abrir-se o mais possível para o exterior, usufruindo das perspectivas panorâmicas que o local apresenta, através dos grandes rasgos a sul e poente, o amplo alpendre que embora integrado no corpo do edifício procura uma vivência "de exterior", assumindo-se como prolongamento natural do jardim, espaço coberto em alternativa ao arrelvado.

Porto, Janeiro de 2004.

Sem comentários:

Enviar um comentário